Diagnosticada com autismo, a pequena Alice Valentina de Souza Brandão, 7 anos, descobriu um mundo diferente ao começar a estudar. Ela entrou este ano na Escola Municipal Pequeno Frederico, situada em Ururaí, no 1º ano, e já está dando os primeiros passos na leitura e escrita. A novidade emocionou a avó, Sandra Pereira, que achava difícil a criança conseguir obter bons resultados na sala de aula, pois, tinha muita dificuldade de concentração.
O apoio dos mediadores e cuidadores que atuam no Departamento de Educação Especial Inclusiva da Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (Seduct) está ajudando a mudar a realidade da educação em Campos. Eles estão contribuindo para a melhoria da qualidade do processo de ensino-aprendizagem nas escolas e creches, auxiliando centenas de crianças e adolescentes com diferentes diagnósticos.
Atualmente a rede municipal de ensino conta com 516 mediadores e 273 cuidadores, além de 41 acompanhantes e 10 intérpretes de Libras. Mas essa realidade nem sempre foi assim. Em 2020, havia apenas 40 acompanhantes que atuavam como mediadores para atender toda a rede.
“Alice era muito agitada, toma medicamentos fortes, tem crises de convulsão, enfim, os dias são complicados. Mas depois que começou a frequentar a escola, ela se transformou em uma outra criança. No período de provas fui surpreendida vendo as notas dela. Está aprendendo a ler e a escrever. Ela tinha e tem um pouco de dificuldade em se concentrar, prestar atenção, ter foco, mas aos poucos e com a ajuda das professoras está conseguindo romper esses obstáculos”, comemorou a avó.
Gestora da escola, Lidiane Andrade Mothé contou que Alice avançou muito tanto na questão pedagógica quanto na emocional. “Quando ela chegou aqui não aceitava ficar na sala, não socializava com os coleguinhas ou com a equipe pedagógica. O convívio social era algo muito difícil para Alice. Agora, ela já aceita o contato, quer fazer atividades o tempo inteiro, já escreve as letras, está começando a fazer o próprio nome e reconhece os números. É encantador ver o progresso dessa criança. Ela tem a ajuda da mediadora e isso fez muita diferença em seu ensino-aprendizagem”, acredita Lidiane.
A coordenadora da Educação Especial Inclusiva, Raquel Linhares, explicou que o mediador é um profissional de apoio fundamental no processo da Educação Inclusiva. Ela explicou que, no decorrer de sua função ele se apresenta como "ponte" que leva o aluno com necessidades educacionais especiais aos vários atores dentro do processo de aprendizagem e na convivência inclusiva.
“Sem dúvida, a Educação Inclusiva acontece com alguns desafios e o papel do mediador surge com possibilidades não somente de propiciar o acesso das crianças às escolas, mas também a participação, a autonomia, o protagonismo e a aprendizagem do aluno”, finalizou.
No início deste mês, a Prefeitura de Campos realizou a quinta convocação de cuidadores e mediadores para atuarem na rede municipal de ensino, atendendo alunos da Educação Especial Inclusiva.
fonte: secom